terça-feira, 25 de novembro de 2008

Felicidade

O que é essa tal felicidade? Onde encontrá-la? Qual loja, em qual shopping ela está à venda? Em qual seção do supermercado se compra esse item? Ou será que ela está disponível em comprimidos na farmácia da esquina? Já sei, ela está engarrafada e pronta para ser consumida nos bares da vida! Não??? Pode-se encontrá-la em seringas então? Também não?! Só pode estar em alguma conta bancária de algum paraíso fiscal numa ilha paradisíaca! Não né? Onde ela está então?Pergunta de díficil resposta essa não? Será mesmo? Ou complicamos tanto as coisas que despercebemos o óbvio? Agimos como o avôzinho infeliz que procura por toda a parte os óculos, tendo-os na ponta do nariz! Procuramos a felicidade em vários lugares, em várias pessoas, em várias situações e ela ali, do nosso lado nos olhando com cara de espanto dizendo: “eu estou aqui!”. Condicionamos a felicidade. Agregamos muitas condições para obtê-la. Quando me formar; quando fizer pós; quando voltar a estudar; quando perder 10 kg; quando fizer academia; quando me separar; quando encontrar alguém; quando morar sozinho; quando tiver meu apartamento; quando tiver um carro novo; quando me mudar para perto dele; quando mudar de emprego; quando for gestor da minha área; quando tiver minha própria empresa; quando tiver um rendimento de 5 dígitos; quando ganhar na Megasena; quando terminar minhas dívidas. Quando, quando, quando. Esquecemos que, como ouvi um dia, a felicidade é uma viagem, não um destino. Vivemos como formigas num formigueiro, sempre atarefados correndo de um lado para outro, sacrificando relações pessoais e até nossa saúde buscando algo que muitas vezes nem sabemos o que é. Não aproveitamos nossa viagem. Não desfrutamos dos pequenos prazeres que essa viagem nos proporciona. Não reparamos nos detalhes. E eles fazem a diferença.Por que essa reflexão? Essa semana aconteceu algo que me pôs a refletir. Algo banal, corriqueiro, mas que gerou em mim o desejo de falar sobre isso. No final do expediente em meu emprego, estava arrumando minhas coisas para ir embora. Trabalho no 3º andar. Olhei pela janela e vi. Uma bola vermelha me chamou a atenção. O astro rei, o sol estava se pondo. Lindo, maravilhoso, colorindo com tons de vermelho, amarelo e laranja o céu ao seu redor. Magestosa visão! O sol, alheio a qualquer vontade, mostrava toda sua beleza para quem quisesse ter o prazer de vê-lo. Olhei para baixo e as pessoas indiferentes diante desse espetáculo. Andando, correndo, apressadas feito formigas. Perdendo a chance de transformar o ordinário do dia-a-dia em extraordinário.“O que faz você feliz? A lua, a praia, o mar. Uma rua, passear. Um doce, uma dança, um beijo. Ou goiabada com queijo? Afinal, o que faz você feliz? Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde. Arroz com feijão. Matar a saudade. O aumento, a casa, o carro que você sempre quis. Ou são os sonhos que te fazem feliz? Dormir na rede, matar a sede, ler ou viver um romance? O que faz você feliz? Um lápis, uma letra, uma conversa boa. Um cafuné, café com leite, rir a toa. Um pássaro, um parque, um chafariz. Ou será um choro que te faz feliz? A pausa para pensar. Sentir o vento, esquecer o tempo. O céu, o sol, um som. A pessoa ou o lugar? Agora me diz: o que faz você feliz?”

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom que voltou a escrever...abc. Luciano