quinta-feira, 19 de julho de 2007

Capítulo 8

Capítulo 8

Tomei banho, passei meu perfume pra ficar cheirosinho, vesti roupa nova e fiquei na sala esperando o Daniel ir me buscar, ansioso para ver aquele rostinho inocente que ele tinha. Quando eram quase 21h a campainha tocou, fui atender correndo, eu já quase nem tinha mais unha de tanto que roí, ao abrir a porta ele entrou com tudo me beijando, prendeu meu corpo junto a estante da sala, eu adorava quando ele fazia isso, seus beijos eram selvagens, quentes, mas ao mesmo tempo carinhoso, às vezes ele fazia um estilo cafajeste que me levava à loucura.
-Como você está cheiroso...
-Estou cheiroso pra você!
-Mas você já é cheiroso sem passar perfume...
-Te amo, sabia?
-Eu também te amo, "petit"! Vamos?
-Sim.
Fui pegar minha carteira que estava no criado-mudo do meu quarto, Daniel abriu a porta da sala e ficou segurando até eu sair, sempre gentil comigo e com todo mundo, isso era mais um de seus encantos. Fomos até o estacionamento de visitantes do condomínio onde ele havia estacionado seu carro, entramos na caminhonete preta dele e seguimos pelas ruas de São Paulo, com os vidros do carro fechado em uma noite quente, liguei o ar-condicionado:
-Nossa... Ta muito calor, vou ligar o ar...
-Por favor...
-Sabe que eu adoro essa parte da cidade?
-Eu também gosto muito do Centro à noite, pena que não se pode arriscar muito andando por essas ruas...
-Olha essa vista do Municipal...
-Vamos tirar uma foto?
-Eu não estou com a câmera aqui.
-Deixa que eu tiro do celular...
-Vou parar o carro.
Daniel parou o carro em frente ao Teatro Municipal e tiramos uma foto com o Teatro de fundo, apesar de ser pelo celular a resolução ficou ótima. As ruas estavam vazias e haviam alguns casais de namorados passeando de mãos dadas, deveria estar tendo algum evento no Municipal, pois havia uns canhões de luz na porta, tapete vermelho e uns seguranças, ás vezes batia uma brisa fresca, mas a noite continuava quente. Entramos no carro e seguimos para o lugar onde iríamos comemorar nosso aniversário de namoro, deixei que ele escolhesse, não dei palpite em nada porque sabia que o Daniel tinha bom gosto. Chegamos ao lugar onde ele havia programado me levar, era uma espécie de bar/restaurante com música ao vivo, o lugar que ele escolheu era muito agradável, sofisticado e a comida era ótima, muita gente bonita e os funcionários bastante simpáticos.
-Boa noite!
-Boa noite. Eu tenho uma mesa reservada em nome de Daniel Marzin.
-Podem me acompanhar.
-Obrigado.
Fomos acompanhando o garçom até chegar na mesa reservada para nós, caminhando entre as mesas eu ia observando o lugar, notei que o pessoal que freqüentava o local era um público jovem e bonito, a decoração era em estilo rústico/moderno, havia mesas para duas, quatro, seis e oito pessoas, a mesa que estava reservada para nós estava bem no canto, uma vela em cima da mesa que boiava sobre um recipiente com água, a música que tocava era ambiente, uma garota muito talentosa cantava “Teto de vidro” da Pitty.
-Gostou do lugar?
-Adorei, você sempre tem bom gosto...
-E você é minha inspiração.
Ele tocou na minha mão e olhou no meu olho, respirei fundo e fechei os olhos, os carinhos que ele fazia na minha mão me faziam relaxar, me apaixonar, nossa relação era aquele tipo de "amor perfeito", tudo lindo, tudo perfeito. No jantar comemos pato ao molho de manga, confesso que no começo quando ele disse "pato ao molho de manga" eu fiz uma careta, mas quando eu comi comprovei o quanto era bom, e que meu amor como sempre, acertou. No decorrer do jantar conversamos sobre nossas vidas, planos para o futuro.
Antes de acabar o jantar, ele se levantou e disse que voltaria logo, fiquei aguardando sentado na mesa terminando de comer meu bolo de chocolate, de repente a música parou de tocar, uma voz começou a falar no microfone e quando olhei para o palco, o Daniel estava sentado no lugar da garota com um violão na mão se declarando pra mim, no telão passava nosso vídeo de Paris.
-Já volto.
-Tudo bem.
-Boa noite a todos! Bem... Hoje estou comemorando 6 meses de namoro, 6 meses de felicidade e alegrias. Conhecer você Bader, foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida, o amor que sinto por você é tão grande que às vezes até dói, com você eu quero viver pra sempre. Em nome de todo esse amor que sinto por você, eu vou cantar uma música dedicada a você.
Eu fiquei sem reação na hora, pra mim só iria ter o jantar, ele pegou o violão e começou a tocar olhando pra mim, às vezes fechava os olhos e parecia tirar a música do fundo do coração, cantava com a alma, uma verdadeira declaração de amor.
-“Eu e você.
Não é assim tão complicado Não é difícil perceber
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer
Se eu disser que já nem sinto nada
Que a estrada sem você é mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso, leio teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso
Sinto dizer
Que amo mesmo,
Tá ruim pra disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contramão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida
Eu procurei
Qualquer desculpa
Pra não te encarar
Para não dizer
De novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não to nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê no meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
Por que eu já nem preciso
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida.”

Composição: Dudu Falcão

Essa música tinha tudo haver com nossa história, acabou virando “nossa” música, o ambiente todo começou a cantar junto com ele, os casais se abraçavam e trocavam carícias, enquanto isso eu tentava conter minhas lágrimas, mas foi impossível não se emocionar, só vivendo uma situação assim para saber como é a sensação de receber uma declaração de amor em público, pra se fazer algo assim tem que amar muito a outra pessoa, pois eu achei uma verdadeira loucura. Depois de cantar a música ele foi aplaudido de pé por todos, pelo visto todos adoraram, até o pessoal da cozinha foi ouvir ele cantar, meu coração disparou quando o vi se dirigindo até a mesa onde eu estava, havia uma garota na mesa ao lado da nossa que estava com seu namorado que olhou pra mim e disse:
-Parabéns pelo namoro e pelo namorado...
-Obrigado.
O Daniel parou na minha frente, pediu para que eu fechasse os olhos e colocou uma venda em meus olhos, pegou pela minha mão e foi me conduzindo, no começo fiquei com medo, não sabia o que ele iria fazer colocando aquela venda nos meus olhos, mas confiei nele e permiti, fui caminhando de mãos dadas com ele até o carro, eu perguntei onde estávamos indo e ele falou que era segredo. Fiquei um bom tempo andando de carro sem ver nada, quando já estava quase tirando a venda senti o carro parar, ele segurou minha mão e pediu para que eu não estragasse a surpresa que ele havia preparado pra mim tirando a venda, então acabei deixando a venda onde estava e ele foi me conduzindo, deixei o carro, o local tinha eco, deveria ser uma garagem, subi alguns degraus tropeçando, depois um silêncio tomou conta do ambiente que foi quebrado por um barulho de porta sendo fechada, foi quando ele disse para eu tirar a venda:
-Já pode tirar...
-Mas está escuro...
Estava tudo escuro, quando ele acendeu a luz meus olhos brilharam, eu estava dentro de um quarto de motel, sobre a cama havia um urso de pelúcia enorme branco com um laço vermelho no pescoço, era maior que eu, havia espalhado por todos os cantos pétalas de rosas vermelhas, no chão, na cama, até no banheiro, dentro da banheira havia algumas velas aromáticas boiando na água e pétalas de rosas vermelhas misturadas com amarelas, aquele ambiente um pouco escuro, apenas iluminado pelas velas que decoravam o lugar e algumas luzes decorativas, um quarto bem sofisticado, a cama era enorme, lençóis brancos, quatro travesseiros, no banheiro tinha dois roupões de banho, chinelo, escova de dente e outros produtos de higiene pessoal.
-Gostou?
-Nossa... Adorei...
-Você que fez tudo isso?
-Não, mas contratei alguém para deixar do jeito que eu queria...
-Ficou lindo.
-Lindo é você.
Começamos a nos beijar, abraçados eu já podia sentir as batidas do seu coração, seu braço atravessou minhas costas aproximando mais ainda meu corpo do seu, sobre aqueles lençóis brancos em contraste com o vermelho das pétalas nos deitamos.
-Petit, eu te amo tanto que às vezes chega até a doer meu peito.
-Só de pensar em ficar longe de você um dia eu tremo, não consigo mais viver minha vida sem você, meu futuro é você comigo.
Deitamos naquela cama já em brasa, o clima foi esquentando, de corpos nus tocávamos calor humano, já não conseguíamos distinguir o que era gemido de dor e de prazer, pois os dois se fundiram tornando-se uma coisa só, um corpo apenas, um repasse de energias que se transformavam em combustível que aumentava nosso tesão, seu corpo gelado e suado se arrepiava quando sentia minha língua explorá-lo, aquela sua mão grande puxava meu cabelo com cuidado para não me machucar, em movimentos desordenados, às vezes ele tremia quando sentia uma “fisgada”, fizemos amor gostoso, sexo selvagem, seu corpo coberto de pelos serrados esfregava no meu corpo liso, transamos na cama, no chão, na hidromassagem, sem intervalos até o amanhecer. O Daniel tinha muito fogo, se deixasse ele conseguia seis, sete em uma noite, além de fogoso ele era gostoso, por sermos jovens acho que contribuía muito, juntando seu fogo com o meu nos tornávamos uma fogueira impossível de apagar.

2 comentários:

Il Bastardo disse...

e ae q acontece?
Não vai continuar com o livro ou já estão te protestando por direitos autorais...

Homem, Homossexual e Pai disse...

poxa! estamos esperando mais posts seus!
abs