quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vida.com... parte 5

Chegamos na academia, e seguimos para a entrada, logo na recepção as meninas me receberam super bem, o Ge conseguiu me convencer a fazer a matricula na academia e começar a malhar com ele, claro que com a ajuda das meninas da recepção.


-Que bom que vamos malhar juntos...
-Espero não me arrepender depois...
-Claro que não vai... Ta vendo aquele professor?
-Sim, o que tem?
-Eu pago um pau pra ele, o cara é tudo de bom, as meninas arrastam um caminhão por ele...
-Ele parece ser tudo de bom mesmo.
-Se ao menos ele me desse sopa...
-Esqueceu que você namora?
-Claro que não, estou falando da época que eu era solteiro...
-Hahaha... Sei...



Não vou ser hipócrita e dizer que o professor não era gostoso, pois ele era bem gostoso, mas foi um exagero da forma que o Gê contou, tudo bem que pra ele o Glauco era um Deus grego, talvez fosse também para aquelas meninas que ficavam se jogando pra ele, mas pra mim era normal. Saindo da academia dei uma passada em casa e depois fui encontrar com o André antes de ir a faculdade.


-Oi Rod...
-Oi André, tudo bem?
-Tudo... Quer dizer...
-Você não parece estar muito bem, o que acontece?
-Sabe, Lú... Às vezes eu me sinto mal em ter que esconder da minha mãe minha condição...
-Por que você não conta?
-Eu tenho vontade de contar, mas tenho medo...
-Medo de quê?
-Sei lá, da reação dela...
-Você acha que ela seria capaz de te fazer algum mal?
-Não... Mas meu pai sim.
-Entendi... Vamos falar de coisas boas, olha o que eu trouxe pra você...
-Uma foto sua?

Sim, atrás tem uma dedicatória minha pra você.
-Nossa Rod... Adorei!
Eu sempre acreditei que mãe sente o que o filho sente, toda mãe sabe quando o filho é homossexual, algumas se calam com medo de ter a certeza confirmada pelo filho, outras preferem ouvir da boca do próprio. Claro que as mães só querem o bem de seus filhos, a maior parte delas não recriminam a maneira de seu filho ser, o que as mais entristece é pensar no preconceito que seu filho vai sofrer no mundo a fora, claro que elas têm razão, a sociedade é muito preconceituosa, seja com sexualidade, religião, cor, etnia, entre outras, uma tremenda bobagem, pois as pessoas só vêem valores em dinheiro e aparência. Conversamos um pouco e depois o levei para dar uma volta em meu carro novo, aproveitamos para dar uns beijos gostosos como fizemos da outra vez, passamos pouco tempo juntos, mas foi muito gostoso pelo tempo que curtimos, deixei-no próximo de sua casa e depois fui para a faculdade.



Mal consegui prestar atenção na aula, meus pensamentos estavam no André, não que eu estivesse apaixonado, sei lá ele mexia comigo, talvez eu estivesse começando a gostar dele. Quando cheguei em casa recebi o recado de que o André tinha me ligado, fui pro meu quarto, deixei minha mochila em cima da cama, tirei toda a roupa e fiquei só de cueca, liguei o computador e entrei na internet, coincidência ou não ele estava on-line, começamos a teclar e notei que ele estava um pouco estranho, algo me dizia que sua mãe estava envolvida nisso.

-DarkDragon diz (00:32) : Rod
-Rod diz (00:33): ola André! Tudo bem?
-DarkDragon diz (00:35): não muito...
-Eod diz (00:35): O que aconteceu?
-DarkDragon diz (00:37): minha mãe descobriu tudo
-Rod diz (00:38): Como?
-DarkDragon diz (00:41): ela viu sua foto...


Na verdade a intenção do André sempre foi contar para sua mãe sobre sua sexualidade, ele já não agüentava mais esconder, me senti um pouco usado, pois ele se aproveitou da minha foto pra contar para sua mãe. Claro que sua intenção nunca foi me prejudicar, mas me entristeceu um pouco saber que ele usou minha foto para contar sobre sua preferência sexual, tanto que sua mãe começou a achar que eu era o culpado.


-Rod diz (00:42): Ela está aí?
-DarkDragon diz (00:45): ta sim.
-Rod diz (00:45): Posso falar com ela?
-DarkDragon diz (00:47): ela não vai querer falar com você Lú...
-Rod diz (00:47): Então eu vou escrever aqui e você mostra pra ela, ok?
-DarkDragon diz (00:48): ta.
-Rod diz (00:48): Boa noite! Eu entendo que a senhora deve estar achando que eu sou o culpado por seu filho ser um homossexual, mas queria dizer que ninguém é assim por que quer, eu não pedi para nascer homossexual, sofri demais para aceitar isso e ainda sofro um pouco.
-DarkDragon diz (00:53): Lú ela disse que isso é safadeza nossa e podemos mudar sim.
-Rod diz (00:54): Isso não é verdade, se eu pudesse escolher não escolheria ser assim, ser homossexual não é opção, ninguém opta por sofrer a vida inteira com preconceito, apanhando da vida, tendo que fazer amor e trocar carinho escondido...




Nessa hora sua mãe tomou a frente do computador e para minha surpresa começou a desabafar comigo.

-DarkDragon diz (00:58): não é fácil pra uma mãe ter um filho homossexual, esse mundo é muito promíscuo...
-Rod diz (00:59): Eu sei que não é fácil, mas também não é um bicho de sete cabeças. Eu não sou um promíscuo e nem os homossexuais são, o homem é promíscuo. Se a senhora deixar seu marido ir a uma festa e uma mulher ficar dando bola pra ele, o que a senhora acha que vai acontecer? Claro que ele vai catar, pois a desculpa dele vai ser : “Eu sou homem...” Um homossexual não deixa de ser homem, não vou ser hipócrita em dizer que não rola sexo fácil, pois rola, mas não pela condição sexual, mas sim pelo instinto masculino.



-DarkDragon diz (01:02): imagine quando a família começar a perguntar das namoradas, o André nunca vai trazer uma namorada pra casa, não me dará um neto...
-Rod diz (01:05): Mas a senhora tem 5 filhos, vai ter muitos netos, a família não tem que cobrar namorada de ninguém, o André não precisa abrir sua cama para todos deitarem, sua vida íntima só diz respeito a ele...

-DarkDragon diz (01:07): meu filho não era assim...
-Ros diz (01:08): Seu filho sempre foi assim, não foi eu que o transformei em homossexual, tanto que não fui eu que o procurei, mas sim ele quem me procurou no bate-papo...
-DarkDragon diz (01:10): Lú ela foi pra cozinha chorando, acho que não fizemos bem...
-Ros diz (01:12): Deixa ela dar uma pensada...



De início ela foi muito mal criada comigo, me culpou pelo filho dela ser gay, disse que eu era um promíscuo, que o filho dela nunca lhe daria um neto, que era pura safadeza nossa e que se quiséssemos mudar poderíamos, não adiantou eu explicar para ela que não é uma questão de escolha, mas sim de falta de opção, e que ninguém opta por ser o que é, simplesmente você é e pronto.



Uma semana depois eu e o André marcamos de nos encontrar novamente, claro que ao nos encontrar ficou um clima estranho no ar, mas aos poucos nós nos soltando e entramos no clima novamente.
-Lú..., Desculpa pelo que minha mãe falou.
-Não se preocupe, já esqueci tudo.
Rimos juntos, ele olhou dentro dos meus olhos, estávamos caminhando por uma rua pouco movimentada, paramos embaixo de uma árvore e aos poucos ele foi se aproximando de mim, me colocou contra a árvore com seu corpo e ali mesmo foi me beijando e tomando meu corpo só pra ele, tudo aconteceu tão rápido que mal consegui reagir, me deixei levar pelo momento e me fiz seu prisioneiro, beijos e mão boba rolavam a vontade, sem medo de ser feliz, se aquela rua escura falasse...:
-Rod...
-Oi.
-Eu posso te fazer uma pergunta?
-Pode.
-Você quer namorar comigo?

Um comentário:

Kaka disse...

Olá Garoto!

Legal seu blog, não conhecia ainda!
Vou passar mais por aqui e tentar ler sobre vc, ok?

Abraço!