terça-feira, 22 de abril de 2008

Vida...Com parte 4

-Você é o André?
-Sim, tudo bom?
-Tudo ótimo.
-Desculpa o atraso, é que acabei tendo uns problemas em casa...
-Ok.
-Podemos ir a um lugar mais calmo para conversarmos?
-Podemos.
Saímos do shopping e fomos dar umas voltas de carro pelas ruas da cidade.
-Me fale um pouco de você, Rod
-O que você gostaria de saber?
-Tudo.
-Hahaha... Tudo bem, pode perguntar então.
-O que você gosta de fazer nas horas vagas?
-Eu gosto de cinema, adoro teatro,
-Pena que não gosta de carnaval...
-Não é que eu não gosto de carnaval, eu gosto sim, o que eu não gosto é essa pouca vergonha que se tornou...
-Nossa...
-Antes o carnaval era uma festa onde todos podiam participar, de qualquer idade e religião, hoje em dia os propósitos mudaram, as pessoas usam o carnaval pra encher a cara, ficar pelado mostrando o corpo, sair facinho beijando todo mundo...
-Por um lado você tem razão...
-A festa em si eu gosto sim...
-Você já terminou a escola, Rod
-Terminei sim e você?
-Ainda estou terminando.
-Repetente...
-Eu não repeti, parei de estudar por um ano...
-Fez mal...
-Fiquei arrependido, mas já passou.
Depois de rodar por um tempo parei o carro em uma rua atrás do shopping, estava um pouco escura, A noite estava agradável, lá fora ventava um pouco, a rua estava deserta, com os vidros filmados não era possível nos ver dentro do carro, que deixei tudo apagado, liguei o rádio bem baixinho e começou a tocar “As brigas que perdi - Pato fu”. Conversamos durante um bom tempo, o André era um garoto muito meigo, mas não no sentido de delicado, pois ele era bem menino, não aparentava nem de longe ser gay, mas sim na maneira de falar das coisas, na doçura que ele tinha nos olhos, não sei explicar, era algo muito cativante que vinha dele. Antes de irmos embora ele tocou em minha mão, com sua outra mão ele pegou por trás da minha cabeça e a puxou para perto de si, trazendo minha boca pra perto da sua, pouco a pouco, meu coração quase saiu pela boca, eu não sabia nem o que dizer, a voz não saia,
olhando dentro dos seus olhos eu notava seu desejo, sussurrando em meu ouvido ele perguntou:
-Posso te beijar?
Não consegui responder, apenas fiz sinal com a cabeça dizendo que sim, ele fechou seus olhos e veio lentamente encostando sua boca na minha, de olhos abertos eu via como ele tinha o cuidado e o romantismo de beijar alguém, com jeitinho, carinho, aos poucos eu fui fechando meus olhos e me deixando levar pelo clima, no início fiquei um pouco tímido, normal com todo mundo que vai ao seu primeiro encontro com alguém que conhece pela internet, a música de fundo proporcionava um clima mais romântico ainda, sua mão tocava minha barriga e me deixava pirado, aquelas mãos grandes, o André era um muito bonito, um pouco mais alto que eu, embora tínhamos a mesma idade. Quando estávamos no maior clima meu celular tocou, era minha tia preocupada comigo, avisei que estava tudo bem e que já estava voltando pra casa, ela cuidava de mim como se fosse minha mãe, preocupada com o horário e os locais aonde eu ia, Desliguei o celular e comecei a me despedir do André com mais um longo beijo.
-André, vou precisar ir embora, já está ficando tarde...
-Tudo bem, a gente se encontra outra hora...
-Quer que eu te deixe em casa?
-Não precisa, pego bus aqui, é rapidinho.
-Tem certeza?
-Tenho sim, Lú. Muito obrigado pela noite.
-Eu que agradeço.
-Tchau.
Era impossível esquecer os beijos daquela noite, os abraços, o gosto de seus lábios ainda estava nos meus. Sou uma pessoa muito intensa, gosto de aproveitar os momentos ao máximo possível, enquanto estava rolando o clima no carro eu fiz questão de fazer tudo que me deu vontade no momento, acho que todo mundo deveria fazer o mesmo pra depois não ficar com aquela perturbação na cabeça, ou arrependido de não ter feito algo. Cheguei em casa e -Lucas, preciso que você vá comigo ao supermercado.
-Tudo bem tia, deixa-me pegar um casaco...
-Não precisa, não vamos demorar.
-Mas à uma hora dessas, tia?
-Lembrei que não temos nada pra comer no café amanhã...
-Ok, vamos lá então.
-Cadê seu carro tia?
-Está na sua frente.
-A senhora trocou de carro?
-Sim,
No outro dia acordei cedo com o Gê me chamando, eu já estava até me acostumando, pois quase todo dia ele me acordava pulando na minha cama, me batendo com o travesseiro, às vezes eu ficava puto, mas só de olhar para aquela carinha que ele tinha eu o perdoava.
-Bom dia Rod... Está na hora de acordar... Vamos, levante...
-Calma.
-Opa... Ainda não acostumei com a idéia de que você dorme pelado, sempre esqueço...
-Qualquer hora você vai ter uma surpresa...
-Uau... Que tipo de surpresa?
Levantando da cama ainda pelado, segui em direção ao banheiro e disse:
-Se é surpresa eu não vou contar.
-Hum... Adoro esse tipo de mistérios...
-Por que você veio me acordar à uma hora dessas?
-É que estou indo pra academia, pensei que você poderia ir comigo, é chato malhar sozinho...
-Humpft... Tudo bem, deixa-me tomar um banho antes, ok?
-Obaaaaaa... Vou te esperar lá na sala então.
-Ta bom.
Entrei no banheiro e antes de entrar no chuveiro fui fazer a barba, eu não gostava muito de fazer a barba com água quente, pois ardia minha pele, depois o pelo nascia encravado e ai eu sofria. Depois de fazer a barba entrei no box e liguei o chuveiro, esperei a água esquentar pra poder entrar embaixo do chuveiro. A água estava quentinha, enquanto passava xampu no cabelo fiquei relembrando a noite anterior que passei com o André, não demorou muito e eu já fiquei excitado, por conta dos amassos da noite anterior acabei ficando com as partes um pouco dolorida, precisava dar uma aliviada aproveitando que estava no banho, distraído com o ato acabei esquecendo de trancar a porta, só percebi esse detalhe quando fui surpreendido pelo GÊ
-Se eu não estivesse namorando até te ajudaria a aliviar...
-Caramba...
-Você demorou muito, vim ver se estava vivo.
-Poderia ter batido na porta antes, né?
-Se você tivesse a deixado fechada... Desculpa.
-Ok. Já terminei de tomar banho mesmo.
-Sei...
-Quer parar?
-Já parei.
Pega uma toalha lá no quarto pra mim.
-Opa... Toma.
-Obrigado.
-Você vai demorar muito?
-Por que, está com pressa?
-Não, só perguntei... Você é tão cheiroso...
-É?
-Sim... Na cama é muito gostoso também...
-Pare com isso, você está me deixando sem graça.
-Ok. Podemos ir?
-Podemos.

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