quarta-feira, 27 de junho de 2007

Capítulo 4 - Um estranho dentro de mim

Capítulo 4

-Vou pegar uma roupa pra você vestir e depois vamos dormir... Pegue...
-Não vou vestir... Eu só consigo dormir pelado.
-Você quem sabe. Vou dormir no outro quarto, tenha uma boa noite.
Apaguei a luz do quarto, peguei um travesseiro e fui dormir em outro quarto. Não vou dizer que consegui dormir, pois mal preguei o olho, fiquei revirando na cama, pensando naquele beijo, naquele corpo, não sei o que deu nele para me agarrar e muito menos em mim de permitir, só consegui adormecer quando o dia estava clareando.
Fui acordado com o telefone tocando, era minha mãe querendo saber como eu estava, disse pra ela que a recuperação do acidente estava correndo bem, seguindo as orientações médicas, pelo seu suspiro ela parecia bem mais aliviada, falamos um pouco no telefone e depois desliguei, fui até o quarto onde o Daniel dormia, abri a porta cuidadosamente para não acordá-lo, sentei na beirada da cama e fiquei velando seu sono, tão tranqüilo... Não demorou muito e ele acordou.
-Nossa...
-O que foi?
-O que estou fazendo aqui? Por que estou sem roupa?
-Você bebeu demais ontem e ultrapassou dos limites...
-Sério? Fiz você pagar mico? Abusei da sua paciência?
-Você não se lembra de nada?
-Não.
-Nada mesmo?
-Nada...
-Você não estava em condições ontem de dar um passo sozinho, tive que trazer você pra cá, até banho eu te dei pra tentar passar um pouco a bebedeira.
-Caramba... Desculpa.
-Não se preocupe, vamos esquecer tudo. Agora eu vou colocar sua roupa para lavar e depois coloco na secadora. Em 2 horas fica prontinha para você vestir.
-Beleza.
Fui até o banheiro e peguei sua roupa de dentro da pia, levei até a lavanderia e coloquei as roupas dentro da máquina de lavar, deixei as roupas lavando e fui até a cozinha preparar o café, deixei a cafeteira preparando e fui até o quarto.
-Bom, já coloquei sua roupa para lavar e estou fazendo um café.
-Mas você não tinha feito café ontem?
-Mas café amanhecido é horrível...
-É... Posso tomar um banho?
-Claro, o banheiro é bem ali...
-Valeu.
Enquanto ele foi tomar banho eu fui pegar uma toalha, deixei no banheiro e fui até a cozinha arrumar a mesa para o café da manhã, coloquei um monte de coisas gostosas, tudo que eu costumava comer diariamente. Achei estranho ele ter citado o café da noite anterior, como ele sabia que eu havia feito café? Já que ele parecia não se lembrar de nada... Daniel terminou seu banho e foi até a cozinha onde eu estava, com a toalha enrolada na cintura e o corpo molhadinho, era inevitável não olhar, fiquei desconsertado, parecia que fazia de propósito só pra me provocar, ele pegou uma maçã da cesta de frutas, encostou-se ao batente da porta e começou a me fazer perguntas.
-Está cheiroso seu café...
-Obrigado.
-Porque você não abre o jogo?
-Que jogo?
-Sobre ontem.
-Mas eu já contei sobre sua bebedeira...
-Eu perguntei o que tinha acontecido nessa madrugada, queria saber T-U-D-O, entendeu?
-Não, onde você quer chegar?
-Por que você não falou sobre o beijo de ontem?
Nessa hora eu queimei meu dedo com o bule de café, Daniel colocou a maçã sobre a pia e veio olhar meu dedo preocupado, ele era tão cuidadoso...
-Ai...
-O que foi?
-Queimei meu dedo com o café...
-Deixa-me ver... Não foi nada, quer um beijinho pra sarar?
Ele segurava meu dedo quando eu recuei a mão.
-O que você quer?
-Por que você não me falou do nosso beijo?
-Qual beijo?
Peguei os copos e fui para a sala colocar na mesa, Daniel pegou as xícaras e veio relembrando a madrugada.
-Aquele beijo que eu te dei...
-Mas você disse que...
-Eu menti. Lembro de tudo que aconteceu, só fingi que não lembrava para ver se você seria corajoso para me contar a verdade.
-O que você queria? Que eu chegasse em você e dissesse: “Daniel, você me beijou ontem”.
-E por que, não?
-Porque você não é gay, há alguns dias atrás você tinha uma namorada, e para um cara como você não deve ser fácil conviver com um homossexual. Tem também o fato de você poder achar que eu abusei de você por estar bêbado...
-Mas se fui eu que te beijei...
-Sim, foi você, mas você poderia muito bem dizer que eu me aproveitei da situação... Olha Daniel, acho melhor esquecer tudo isso e mudarmos de assunto, se não vamos acabar brigando.
-Eu namorava garota, sempre tive tesão por seios, marca de biquíni, jogar meu futebol com os amigos...
-Eu não estou interessado em saber da sua virilidade...
-Tudo bem, eu só queria dizer que ontem eu senti atração por você...
Engasguei com o suco quando ele falou aquilo.
-Como assim?
-É difícil pra eu ter que assumir isso, mas não sei o que me deu ontem que senti vontade de beijar você...
-Eu sei o que te deu, você estava bêbado.
-Não é isso...
Ele se levantou da cadeira, foi até onde eu estava, ajoelhou ao meu lado, pegou na minha mão e continuou a falar.
-O seu beijo foi diferente... Foi gostoso... Pela primeira vez eu beijei alguém sem primeiro sentir uma atração sexual...
-E você está querendo me convencer que...
-Não quero te convencer de nada, só quero que você saiba que eu gostei, que o fato de ter gostado de beijar você não quer dizer que eu vá me interessar por homens.
-E eu sou o que?

-Você é homem, mas é 1 homem, e eu senti vontade de beijar só você, não é porque eu beijei você que vou sair por ai agora beijando um monte de caras, é o seu beijo que eu gostei, é do seu beijo que eu provei.
-O que você quer que eu diga?
-Não diga nada, apenas me beije.
Ele tocou meu rosto com os dedos por trás da minha orelha, com a outra mão ele segurava minha cintura, seguido de um carinho gostoso e intercalado com uns apertões, não foi um simples beijo, foi mais que um beijo, sem palavras para explicar, nos levantamos e encostamos corpo com corpo, Daniel me colocou contra a parede e seu corpo me imobilizava, ficamos ali nos beijando por um longo tempo, aquela língua safada me fazia perder o juízo quando passava no meu pescoço, aqueles sussurros no meu ouvido me faziam estremecer...
-Acho melhor pararmos por aqui...
-Mas está tão bom...
-O café vai esfriar, preciso colocar sua roupa dentro da secadora também...
-Ok, vamos terminar o café.
-Eu vou colocar sua roupa pra secar.
-Está bem.
Fui colocar suas roupas na secadora, depois voltei e tomamos café juntos, conversamos sobre futebol, sobre baladas, e muitas outras coisas. Fiquei confuso com o fato dele ter gostado do meu beijo, mas ao mesmo tempo eu adorei a idéia, pois também havia adorado o beijo dele.
Depois do café ele vestiu suas roupas e nos despedimos com um longo beijo, fechei a porta e fiquei com medo que ele se arrependesse mais tarde, afinal, antes de me beijar ele só ficava com mulher. Aproveitei o domingo para arrumar o guarda-roupa, tirar umas roupas que já não usava mais e doar para quem precisava. Quando eu era criança, minha mãe sempre nos ensinou que devemos ajudar aos necessitados, eu ia com ela e meus irmãos em orfanatos e doava nossos brinquedos que não usávamos mais, era uma satisfação para nós vermos o brilho nos olhos daquelas crianças ganhando um brinquedo, eram usados, mas não importava.
Na segunda feira acordei com a campainha tocando, eu odiava ser acordado com barulho, me deixava de mau humor, levantei, vesti meu roupão e fui atender a porta querendo socar o infeliz que me acordava, era o porteiro com uma linda cesta na mão.
-Bom dia seu Bader!
-Fala.
-Deixaram isso pro senhor hoje cedo lá na portaria.
-Obrigado.
Fechei a porta e coloquei a cesta sobre a mesa, nunca recebi nada assim e nem fazia idéia de quem havia mandado. Abri o cartão que tinha preso na alça, tinha um perfume familiar naquele envelope.

“Bom dia!

Dormiu bem? Como está o braço? Não consegui dormir muito bem essa noite, fiquei pensando em você, no seu cheiro, na sua boca.

Logo irei para a academia, depois te ligo.


Daniel”


Fiquei encantado com essa atitude, ninguém nunca me tratou assim, peguei a cesta e levei para a mesa da cozinha, não conseguia parar de cheirar aquele bilhete perfumado, parecia proposital. Fui tomar um banho, depois do banho fui fazer meu almoço, na verdade eu fui descongelar a comida, porque eu costumava fazer toda a comida no começo da semana e distribuir em pequenas quantidades, depois colocava no freezer e tirava quando fosse comer. Tirei do freezer uma porção de batata, feijão e frango assado, coloquei o feijão e o frango no microondas, comecei a fritar as batatas e cozinhar o arroz, quando eu estava virando as batatas meu telefone tocou, baixei o fogo e fui atender:
-Alô?
-Alô! Bader?
-Sim...
-É o Daniel, você está bem?
-Com aquela cesta que recebi hoje pela manhã, não poderia estar ruim...
-Que bom que você gostou. O que você está fazendo?
-Preparando meu almoço, você já almoçou?
-Ainda não, acabei de sair da academia, vou passar na praça de alimentação do shopping e comer alguma coisa...
-Vem almoçar comigo?
-Hummm... O que vai ter de bom para o almoço?
-Feijão, arroz, frango assado, batata frita e salada de agrião.
-Que delicia! Vou levar a sobremesa então.
-Vou te aguardar ansiosamente.
-Em um piscar de olhos estarei aí.
-Beijo.
-Outro.
Desliguei o telefone e fui correndo virar as batatas no fogo, sorte que elas não tinham queimado ainda, o arroz estava quase pronto, e a Dani não parava de pular na minha perna querendo comer.
-Calma bebê, o papai já vai te dar comida.
Coloquei um pouco de ração no pote dela, comecei a lavar a salada quando o interfone tocou.
-Diga...
-O senhor Daniel está na portaria.
-Pode deixar subir.
Tratei de ir arrumar a mesa rapidinho, enfeitei com algumas flores e frutas, logo a campainha tocou, eu morava no 19º andar, mas o elevador do prédio era bem rápido. Quando ouvi a campainha tocando meu coração disparou, eu não sabia o que fazer na hora, a campainha tocou mais uma vez, respirei fundo e fui abrir a porta.
-Oooooi.
-Oi Daniel.
Nos cumprimentamos com um beijo e um abraço.
-Não via a hora de te encontrar outra vez...
-Eu também mal podia esperar.
-Vontade de sentir seu cheiro... Sua pele... Seu beijo...
Começamos a nos beijar e a Dani começou a latir, ficamos nos beijando por quase 5 minutos...
-Fica quieta, Dani.
-Deixa ela... Continue me beijando...
Quando íamos dar outro beijo o microondas apitou, fui até a cozinha retirar a comida:
-O microondas...
-Vamos que eu te ajudo, não é bom você pegar peso com o braço machucado se não os pontos podem abrir...
-Tira essa vasilha aqui... Você não se importa de comer comida congelada?
-Estando perto de você, eu comeria até cachorro quente na esquina.
-Desculpa, é que não tenho tempo de cozinhar todo dia, então deixo tudo prontinho, só aquecer e comer.
-Por falar em aquecer, o sorvete que eu trouxe deve estar derretendo lá na sala...
-Meu Deus... Vou buscar...
Fui até a sala buscar o pote de sorvete, quando peguei o pote, o Daniel me abraçou por trás e começou a morder meu pescoço, na hora eu me assustei, deixando cair o sorvete.
-Ai que susto...
-Desculpa gato... Olha só a sujeira que fez...
-A sujeira é o de menos, deixe ai que depois eu limpo, vamos almoçar se não a comida esfria.
-Vamos.
Almoçamos e conversamos por um longo tempo, sua companhia era muito agradável, ele tinha assunto pra tudo, uma pessoa muito inteligente, a cada palavra sua eu ficava mais apaixonado, era um sentimento puro, inocente, sincero.
-Você vai ficar em casa por quantos dias ainda?
-Acho que mais um mês e meio.
-O que acha de fazermos uma viagem?
-Pra onde você me levaria?
-Japão!
-Já conheço.
-Sério?
-Sim, fui a trabalho uma vez e morei por 2 meses lá.
-Você já conhece a França?
-Ainda não.
-Eu também não, o que acha de irmos conhecer?
-Podemos conversar sobre isso depois, você está de carro?
-Estou sim!
-Você pode me dar uma carona? Pra voltar eu me viro...
-E você acha que eu vou te deixar lá sozinho? Te levo e trago até em casa.
Depois do almoço fomos até meu trabalho levar uns projetos, o Daniel me esperava no carro, até queria levá-lo para conhecer o pessoal que trabalhava comigo, mas ele não encontrou vaga para estacionar o carro.
Duas semanas se passaram, eu e Daniel nos falávamos todos os dias por telefone, algumas vezes ele passava em casa no finalzinho da tarde para ver como eu estava, e foi em uma tarde dessas que quase morri de medo ao sair com ele.
Havíamos marcado de ir ao cinema em uma sexta feira à noite, à tarde ele me ligou e pediu para eu me aprontar que iria passar em minha casa para me buscar, antes do cinema tínhamos programado um jantar. À noite me arrumei, fiquei todo bonito pra ele, não demorou muito e ele ligou dizendo que já estava pegando o elevador, meu coração palpitava só de ouvir sua voz, apaguei as luzes do apartamento, fechei as portas e fiquei na sala esperando ele chegar para sairmos. A campainha tocou, fui abrir a porta e ele já entrou me agarrando, mal deu para respirar, ele sempre me tirava o fôlego, ficamos nos beijando por uns dez minutos, com ele eu perdia os sentidos, às vezes nem conseguia pensar, tamanha era o impacto que ele causava com sua presença, confundindo todos meus sentidos.
-Ai que boca gostosa...
-Mais gostoso ainda é ficar agarrado com você...
-Está pronto pro nosso cinema?
-Prontinho!
-Então vamos.
Pegamos o elevador e não demorou muito entrou o síndico do prédio.
-Boa noite!
-Boa noite!
O elevador social do prédio era espelhado, não muito grande, deveria caber umas 10 pessoas aproximadamente, ficamos olhando um para a cara do outro sem ter o que dizer, é bem clima de elevador mesmo, todos ficam parados olhando pra porta sem falar nada, quando para minha surpresa o Daniel me pegou e começou a me beijar, o síndico ficou constrangido, notei que nasceu uma repugnância ao presenciar uma cena de beijo, claro que o Daniel fez aquilo propositalmente para testar a reação do Carlos. Para nossa surpresa, sua reação foi pior do que imaginávamos.
-Não é permitido esse tipo de cena dentro das áreas sociais desse condomínio.
-Desculpe, não entendi.
-Eu disse que não é permitido...
-Ele disse que não é permitido dois homens se beijarem dentro do condomínio.
-Não foi isso que eu quis dizer...
-Você sabia que isso é uma forma de discriminação?
-Olha aqui...
-Olha aqui você...
Tive que segurar o Daniel, pois ele já queria partir pra cima do Carlos, não tiro sua razão, o Carlos foi muito preconceituoso e estava pegando no nosso pé pela nossa condição, se mostrando uma pessoa totalmente homofóbica. Essas regras de não poder beijar nas áreas sociais do condomínio eu desconhecia, tanto é que a Gloria, moradora do 16º andar vive se agarrando com os namorados dela no Deck da piscina, no hall do elevador, cada semana era um diferente, e até então eu nunca vi nenhuma repressão.
-Vamos parar com isso, por favor.
-Eu vou quebrar a cara desse palhaço...
-Você não vai quebrar a cara de ninguém, por favor esquece isso.
-Só não quebro sua cara, porque o Bader ta pedindo, mas a gente ainda vai se cruzar...
O elevador parou no térreo, saímos do elevador e o Carlos continuou sem abrir a boca, deve ter ficado com medo de apanhar do Daniel, que é um homem alto e forte, e eu também fiquei com medo do Daniel machucá-lo, não seria bom para nossa imagem perante o condomínio. Quando chegamos no estacionamentos de visitantes eu não avistei o carro dele, estranhei e perguntei onde que ele havia estacionado o carro, ele abriu a mochila e me entregou um capacete.
-Onde você estacionou seu carro?
-Segura ai...
-O que é isso?
-Um capacete.
-Eu sei que é um capacete, mas pra que você me entregou?
-Para você colocar na cabeça e subir na minha garupa.
-Mas...
-Sem mas, sobe logo.
Subi na garupa de sua moto e grudei em sua cintura, morrendo de medo, mas confiei nele. Eu já deveria suspeitar que ele estava armando alguma coisa, notei quando ele desviou do caminho do shopping e começou a seguir por um caminho que eu não conhecia, passando por uma longa estrada de terra...
-Pra onde você está me levando?
-Pro paraíso.
Ele guardou segredo o caminho todo, me deixando curioso e com medo também, pois o caminho era um pouco escuro. Ao chegar, deu pra notar que era uma casa no mato, deveria ser um sítio, no meio da escuridão dava pra ver a luz que vinha de dentro da casa, um silêncio que chegava a incomodar, quebrado pelas cigarras em volta.
-Chegamos...
-Que lugar é esse?
-Nosso ninho de amor...
Segurando na minha mão ele me levou até a casa, abriu a porta pra mim e logo em seguida já foi me abraçando, a casa era linda, bem decorada, tinha um estilo country, as cortinas iam do teto ao chão, sofás de couro, ventiladores de teto, alguns retratos na parede de um homem com alguns cavalos, deveria ser seu pai, na varanda tinha uma rede e embaixo da escada havia um bar cheio de bebidas:
-Aqui vamos poder esquecer por um tempo da correria da cidade...
-De quem é essa casa?
-Da minha família... Minha mãe quase nunca vem pra cá, às vezes quando me sinto sozinho eu venho refletir aqui...
-Linda casa...
-É... Mais linda ainda é a visão que temos do segundo andar. Vem ver...
Ele pegou na minha mão e me levou até o andar superior da casa, subimos por uma escada de madeira que nos levava até um corredor cheio de portas, deveria ter umas oito portas, caminhamos até um dos quartos, era lindo, uma cama bem ampla, deveria caber umas cinco pessoas ali deitadas, o quarto tinha um estilo meio rústico, de um lado uma parede cheia de tijolinhos e do outro uma parede coberta por um armário que terminava na porta do banheiro, da varanda do quarto principal dava pra ver o céu cheio de estrelas, coisa que da cidade é quase impossível de ver por causa da poluição, uma lua linda nos iluminava e clareava aquele gramado. Daniel me abraçou e me contou uma história que seu pai contava para ele quando criança:
-Está vendo aquelas estrelas no céu?
-Sim.
-Quando eu era pequeno, meu pai dizia que as estrelas do céu eram reis, faraós e todas as pessoas boas que viveram na terra e continuavam a reinar no céu, só que olhando e cuidando daqueles que precisam aqui na Terra.
-Que lindo.
Daniel tocou no meu rosto, olhou nos meus olhos, fechou os seus e começou a me beijar, nos abraçamos e deitamos na cama, sozinhos, cercado pela natureza, trocando carinhos, carícias, sentimentos. Ele parecia ser uma pessoa totalmente desligada, mas só parecia, quem o via com aquela pose de machão não conseguia enxergar a criança carente que existia dentro dele. Sussurrando no meu ouvido, ele cantava bem baixinho, bem juntinho, só pra mim:
-Diz pra eu ficar mudo, faz cara de mistério, tira essa bermuda que eu quero você sério...
-Te amo, Daniel.
-Eu quero você, como eu quero...
Foi uma noite linda, impossível de esquecer, mais difícil ainda seria não me apaixonar pelo Daniel, que dia após dia me conquistava mais e mais.

5 comentários:

Il Bastardo disse...

diz ae...
casaram e tiveram filhos?

Anônimo disse...

pois é...
eu tbm quero saber se eles casaram...
abração cara


PS: to de volta

Anônimo disse...

Não aguento mais esperar pra ler os próximos capítulos. Tentei comprar esse livro na net mas não consegui.
Cara, obrigado pelo seu blog. Me identifico mto com ele e vc já me ajudou mto c suas palavras.

Te desejo tdo de bom.

Abração

Anônimo disse...

Não aguento mais esperar pra ler os próximos capítulos. Tentei comprar esse livro na net mas não consegui.
Cara, obrigado pelo seu blog. Me identifico mto com ele e vc já me ajudou mto c suas palavras.

Te desejo tdo de bom.

Abração

Anônimo disse...

por favor, publica o restante da história pq já me envolvi..rs

beijos e não demora.