sexta-feira, 15 de junho de 2007

Capítulo 1 - Um estranho dentro de mim

Galera me indentifiquei muito com esse livro vou postar diariamente pra vcs galera esperom que gostem hehehe ....

Capítulo 1

A vida é muito engraçada, às vezes estamos sozinhos e sentimos a falta de alguém ao nosso lado e quando encontramos esse alguém, queremos ficar sozinhos. "A felicidade não existe, o que existe são momentos felizes", eu acreditava nesse pensamento até que um acidente me provou que a felicidade existe sim, e que nós perdemos a oportunidade de vivê-la por orgulho, bobagens da vida. Se eu pudesse voltar atrás, faria tudo diferente, agora tenho consciência de que poderia ter evitado muitas coisas e aproveitado mais. Meu nome é Bader, nasci em São Paulo, mas fui criado em Campinas, com 22 anos eu já era independente, tinha uma vida estável, morava sozinho desde os 18 anos, digamos que "sozinho" mesmo há pouco tempo, pois quando eu namorava o Bruno vivíamos juntos, ele passava mais tempo na minha casa que na casa dele. Eu era assumido entre todos da família e trabalho, apesar de ser gay nunca fiz nada que meus pais pudessem se envergonhar, pelo contrário, sempre fui o orgulho da família. Quando passei no vestibular foi uma festa em casa, meu pai fez um churrasco e convidou todos os parentes, foi muito bom ter a família reunida, aquela tarde rimos bastante com as piadas do tio Ricardo, devoramos os doces da tia Cida, tomei banho de mangueira com meus primos... Tenho saudade daqueles tempos. Cresci em uma família de 3 irmãos, eu era o do meio, tinha o Pedro que era o mais novo e o Rodrigo que era o mais velho, a diferença entre cada irmão era de 5 anos, sempre tivemos de tudo, principalmente carinho, amor, disso não tenho do que reclamar, sempre fui mimado pela minha mãe, acho que isso me estragou um pouco.
Éramos uma família típica de classe média, viajávamos nos feriados, almoçávamos e jantávamos com todos à mesa, passeávamos aos finais de semana, eu e meus dois irmãos íamos para a escola durante a semana, informática, inglês e natação, foi uma infância muito boa.
Logo depois de passar no vestibular, me mudei para São Paulo, assim eu ficaria mais perto da faculdade, meu pai alugou um apartamento e mudei logo em seguida. No meu segundo ano de faculdade eu consegui um emprego na área que estava fazendo, que era Publicidade. Desde então, comecei a viver com meu próprio dinheiro, depois que me formei fui promovido na empresa e meu salário triplicou.
Minha vida estava ótima, tinha meu apartamento, meu carro e um namorado que amava demais, pelo menos era o que eu pensava.
Certo dia cheguei em casa e havia um bilhete sobre a mesa:

"Bader,
Desculpe por te comunicar dessa maneira, mas acho que nosso relacionamento chegou ao fim. Conheci uma outra pessoa e não quero mais te enganar. Desculpas sinceras.

Ass Bruno."


Ser abandonado por alguém que você gosta dói, machuca, fere. Comecei a chorar, liguei para minha mãe em Campinas, nessas horas eu sempre procurava os conselhos da minha mãe que sempre vinham em hora certa. -Alô? -Mãe? -Oi filho... -Mãe... O Bruno me deixou... -Mas por que, Bader? -Não sei, deixou um bilhete dizendo que encontrou outro alguém e se apaixonou... -Filho, o que é seu ninguém tira, se ele te deixou é porque algo melhor e merecedor espera por você. -Só você pra me entender, mãe. -Acredite Bader, nada em nossas vidas acontece por acaso. -Será, mãe? -Um dia você vai me dar razão. Não fique chorando por isso meu filho, procure fazer algo para se distrair, quem sabe você encontra um sentido e um incentivo para viver algo novo? -Acho que a senhora tem razão. Obrigado pelas palavras. -Te amo! -Eu também.
Depois de falar com minha mãe me senti bem melhor, só ela conseguia me animar, peguei o jornal e comecei a olhar o classificado de imóveis, decidi que iria comprar um novo apartamento e vender o meu, assim eu me livraria das lembranças do Bruno que marcaram aquele lugar. Durante a semana eu fui trabalhar normalmente, estava abarrotado de projetos, graças a Deus não me faltava trabalho, sendo assim minha vida financeira era bem tranqüila. Teve um dia que estava voltando pra casa, parei no semáforo e me entregaram um panfleto de uns apartamentos recém construídos, 3 dormitórios, 2 vagas, bem amplo. Fiquei interessado e no outro dia fui até o local onde os corretores estavam de plantão, visitei o apartamento decorado e me encantei, era lindo e bem confortável, fechei negócio, poderia me mudar a hora que eu quisesse. Passei um mês negociando a venda do meu antigo apartamento, finalmente consegui vender, depois fui cuidar da mobília do meu novo apartamento, eu queria moveis planejados, quem fossem a minha cara, feitos pra minha casa. Desenhei tudo o que eu queria e como eu queria, depois levei a loja e encomendei tudo, não queria mais nada do antigo apartamento, preferi deixar no passado o próprio passado. Eu estava todo entusiasmado com meu novo apartamento, sem contar que ficava próximo ao shopping, onde eu costumava ir malhar na academia que lá tinha, me mudei em 45 dias. Chegar em casa e sentir aquele cheiro de "novo" era ótimo, a Dani estranhou um pouco, mas com o tempo ela ia acostumar. Eu estava um pouco triste ainda pelo abandono do Bruno, notei que precisava comprar algumas coisas que ficaram faltando pra casa, então decidi ir ao shopping me distrair e levei a Dani comigo. Uma amiga minha sempre dizia que o melhor remédio para a tristeza era fazer compras, comecei a notar que ela tinha razão, me senti muito melhor depois de ter feito compras com a Dani, levei ela ao pet shop pra tosar e até comprei umas roupinhas pra ela. Na volta pra casa coloquei um CD e comecei a escutar música bem alta, fui cantando e dançando, a Dani subiu no meu colo e foi com a cabeça para fora da janela, o dia estava lindo, ensolarado, tudo estava se tornando perfeito até que no cruzamento da Avenida Angélica apareceu um cachorro na frente do meu carro, para não atropelar o cachorro eu desviei e acabei batendo no carro de outra pessoa. Era bom demais para ser verdade, tinha que acontecer alguma coisa para estragar meu dia. O motorista do outro carro não sofreu nada, em compensação eu cortei meu braço, um corte na cabeça, a minha camisa que era branca estava molhada de sangue, só percebi que havia cortado a cabeça quando senti algo quente escorrendo pelos meus olhos, sai do carro para ver o estrago que a batida havia feito, o lado do passageiro do meu carro ficou destruído, a sorte era que a Dani estava no meu colo. -Você precisa prestar mais atenção no trânsito. -Desculpa, você se machucou? -Graças a Deus, não. Mas você está ferido. -Não foi nada. -Sua cabeça está ferida, você precisa de socorro urgente...
Ele tirou o celular do bolso e ligou para chamar ajuda, depois disso não vi mais nada. Acabei desmaiando, acordei no hospital, um pouco atordoado ainda, me lembrava vagamente do acidente, está certo que eu fechei o carro do rapaz, mas ele poderia ter evitado o acidente se não estivesse distraído falando ao celular. Quando acordei ao meu lado estava o rapaz do acidente. -Não tente se levantar, pode afetar sua coluna. -O que estou fazendo aqui...? -Você desmaiou, tem algum parente seu para vir aqui ficar com você? -Não, eu moro sozinho em São Paulo. -Mas você precisa de um acompanhante... Vamos fazer o seguinte, eu vou buscar minha mina na faculdade e depois volto aqui pra saber como estas. -Valeu pela força. -Não esquenta.
O cara era gente boa, diferente de muitas pessoas por ai que por qualquer coisa já arma um circo. Minha cabeça estava com um curativo, meu braço tinha uma faixa e uma tipóia apoiando, às vezes doía um pouco quando eu mexia, a enfermeira me deu um remédio para aliviar a dor que me deu sono, adormeci por um bom tempo, nunca gostei de hospital, desde criança sempre tive trauma de enfermaria, depois de ter caído de bicicleta aos 7 anos e quebrado a perna. No começo da noite o rapaz do acidente voltou ao hospital, bem na hora que eu estava recebendo alta, mas necessitaria de um acompanhante para me liberarem do hospital. -A enfermeira disse que você já pode ir para casa. -É... Perdi meu celular, preciso ligar para minha mãe vir me buscar. -Mas você não disse que mora sozinho em São Paulo? -Eu moro sozinho, mas minha família também não mora tão longe assim. -De onde eles são? -Eles moram em Campinas. -Não vá preocupar sua mãe, eu assino a responsabilidade de te acompanhar, pode ser? -Eu só estou atrasando sua vida... -Não se preocupe, pelo menos eu me distraio um pouco, estou precisando... -O que aconteceu? -Depois te conto. -Ok.
A enfermeira chega para informar que eu estava de alta e já poderia sair, entregou para o rapaz assinar a responsabilidade e fui liberado do hospital. Eu já não agüentava mais aquele cheiro de hospital, não via a hora sair e chegar em minha casa. -Então... Eu vou te levar em casa... -Mas... Seu carro... -É o carro da minha mãe, o meu o seguro já levou para arrumar. -Entendi.
Fomos até o carro, ele abriu a porta para mim porque meu braço estava imobilizado, dentro do carro estava a Dani, que ao me ver não parava de latir. -Dani... Olha o papai aqui... -Eu esqueci de te avisar, sua cachorra ficou na minha casa, minha mãe adorou ela... -Obrigado por ter cuidado dela pra mim. -De nada, sua cachorra é bem comportada e muito esperta, minha mãe adorou. -Acho que ainda não nos apresentamos. -É verdade, meu nome é Daniel. -O meu é Bader. Você é um cara bacana. -Por quê? -Porque eu bati no seu carro e você ao invés de brigar comigo, está me ajudando... -Faria a mesma coisa com qualquer outra pessoa, sou contra a violência no trânsito, porque foi assim que perdi meu pai, e também eu errei por estar falando no celular. -Então é melhor mudarmos de assunto. Você trabalha com o que? -Sou formado em Educação Física, e você? -Eu trabalho com Publicidade e Propaganda... O que foi? -Nada, lembrei da minha ex-namorada apenas. -Entendi. -Nos separamos hoje. -Puxa... Que chato... -Foi melhor assim, nosso relacionamento já não estava dando certo. E você, namora? -Eu não, fui abandonado.
Quando chegamos perto de casa, ele parou o carro em frente ao edifício, onde ficamos conversando um pouco mais. -Eu moro aqui... -Parece ser grande esses apartamentos. -3 dormitórios. -Tudo isso só pra você? -Sim, quando vem minha família para cá eles ocupam os outros 2. -Ah... Então ta explicado. -Daniel... Eu tenho uma dívida com você. -Eu já disse que o seguro vai cobrir o prejuízo... -Por isso mesmo, ficarei em débito contigo. -Não esquenta, você me paga uma balada e fica tudo certo. -Firmeza. Agora eu vou indo. -Falou cara.
Durante aquela semana eu tive que levar o atestado médico na agência onde eu trabalhava, ganhei 3 meses de afastamento por conta do acidente, precisei também resolver alguns assuntos com o seguro por conta do acidente com meu carro, que não tinha nem 1 ano de uso. Os funileiros disseram que em 20 dias meu carro estaria como novo, enquanto não ficava pronto a seguradora me forneceu um outro carro temporariamente. Depois de ficar quatro dias em casa sem fazer nada, resolvi voltar para a academia, para que meu corpo não desacostumasse dos exercícios, mas como meu braço não estava totalmente curado, teria que fazer exercícios somente de pernas. Eu costumava ir sempre à academia na hora de almoço ou de manhã, porque no meio da tarde e à noite eu trabalhava, mas como fui afastado por um tempo do trabalho passei a ir na parte da tarde.
Era meu primeiro dia no novo horário, fui até a academia caminhando, porque ficava dentro do shopping perto de casa. Passei meu cartão na catraca e estava bloqueado, comuniquei a uma garota muito arrogante que estava na recepção:
-Por favor, meu cartão está bloqueado...
-Você é aluno?
-Não... Achei essa carteirinha na rua e vim testar, que por coincidência tem meu nome...É obvio que sou aluno, meu horário é de manhã, mas por esses meses quero fazer à tarde. -Então deve ser por isso...
Com muita má vontade ela liberou a catraca pra mim, depois que fica desempregada sai por ai chorando, dizendo que ninguém da oportunidade... Fui até o vestiário trocar de roupa, guardei a mochila no armário e fui fazer Spiling, 1 hora de pedalada sem parar, fiquei logo na frente, atento ao cenário que o professor criava, no término da aula chegou outro professor, mas como já havia feito e estava um pouco cansado, resolvi lavar o rosto e depois fazer um pouco de esteira. Fui até o vestiário e quando abri a porta senti que havia batido em alguém, quando fui olhar quem era... -Opa... Foi mal... -Você? -Daniel?

4 comentários:

Mindu disse...

Carraaaaaaio.. Mto bom!!!! Que livro é esse? QUero ler mais! Manda! Manda!

rs

Abração

Anônimo disse...

Olá!
Onde vc conseguiu esse livro???
Já procurei pra comprar, mas não achei....
Meu e-mail é bibigata21@gmail.com

Me mande mais informações!

Bjos!

Anônimo disse...

ESSE LIVRO É SHOW, ACABEI DE LE-LO ONTEM E CHOREI MUITO COM ELE... SE ALGUEM QUISER TENHO ELE E POSSO ENVIAR VIA E-MAIL

MARCIO_INT_SCC@HOTMAIL.COM

Fernanda Céo disse...

Continua mandando o livro ...
POR FAVORRRRRRR